“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará.” (Salmo 37:5).
Deus tem preparado um tempo glorioso para nós. Um tempo de avivamento, de ativação de dons, de despertamento para o chamado.
Por toda a Bíblia, o Senhor nos mostra os caminhos para que os planos e a vontade d’Ele se cumpram em nossas vidas. Vemos, por exemplo, que é a vontade d’Ele que sejamos como “cartas vivas do Evangelho” (II Coríntios 3:2,3) e como “pedras vivas” (I Pedro 2:5), edificados sobre a rocha que é Cristo. Por “cartas vivas”, podemos entender que devemos ser aqueles que portam o Evangelho de Cristo em si mesmos, assim como uma carta possui uma mensagem dentro de si; aqueles que contêm a essência de Deus no próprio ser, como “perfumes de Cristo” (II Coríntios 2:15), que liberam a fragrância por onde passam – isso só é possível se vivermos em comunhão e intimidade com o Pai. Como “pedras vivas”, compreendemos que somos pequenas pedras, edificados sobre a pedra angular, a pedra de esquina (Jesus Cristo! – Mateus 16:18). Isso quer dizer que Deus lançou os fundamentos em nós, em nosso caráter e, assim como uma construção edificada na rocha é inabalável e constante, nós devemos ser. Nossa fé deve ser sempre exercida e praticada, a fim de que “não sejamos mais meninos inconstantes” (Efésios 4:14) e a fim de que outros vejam em nós uma “casa espiritual”. Em resumo, posso dizer que temos que ser aqueles que portam a Cristo dentro de si e que O mostram em todos os lugares que estão.
Assim, é necessário entendermos que as nossas vidas DEVEM ser um reflexo da glória de Deus. E nós só refletimos aquilo que temos contato, aquilo que estamos próximos. Como exemplo, posso citar Moisés, que refletiu a glória de Deus em sua face (Êxodo 34:29-30), porque, primeiro, esteve em contato direto com Ele. Ele tinha uma vida de intimidade e comunhão com o seu Criador.
Deus nunca nos forçará a fazer nada, pois nos fez, como todos sabemos, com o livre arbítrio – temos a possibilidade de escolha.
No Salmo 37:5, vemos que o salmista, inspirado pelo Espírito Santo, segue dando instruções aos justos. Essa é uma característica do nosso Deus: nos mostra o que devemos fazer, a melhor parte, mas nos deixa o direito de escolha.
Supondo que decidimos aceitar ao conselho do nosso Deus, há alguns pontos que gostaria de ressaltar:
O primeiro deles é a “entrega”. Nós só entregamos algo que já está em nossas mãos, algo que possuímos. Não podemos entregar o que não temos.
Há aqueles que entregam porque reconhecem que isso é o melhor a se fazer, como um pai que “entrega” (abençoa) um filho para formar uma nova família; há aqueles que entregam por causa das circunstâncias, como um proprietário de um carro que não consegue mais pagar as prestações e o passa a alguém que possa pagá-las; e há aqueles que entregam por obrigação, como um fugitivo que é encontrado pela polícia é forçado a se entregar.
Em todo caso, a entrega nos remete ao fato de que ficamos sem o controle de cada situação. Um pai que entrega um filho ao casamento não o terá mais por perto todos os dias, embora continue sendo pai, mas faz isso por amor e por entender que essa é a melhor coisa a se fazer. Um homem que passa o seu veículo a outro por não ter condições financeiras não terá mais o seu carro, não estará mais na direção. Um bandido preso não terá mais o controle de sua liberdade.
Deus quer que tenhamos a mesma atitude do pai que entrega o seu filho. Quer que entreguemos o nosso caminho a Ele porque entendemos que essa é a melhor opção, não por causa das circunstâncias ou por sermos obrigados.
Outra coisa que me chama a atenção é o fato de entregarmos nosso caminho ao Senhor. Desde que nascemos, estamos trilhando um caminho. As nossas escolhas nos levam a vários caminhos. Nossa escolha de seguir a Deus nos levou ao Verdadeiro CAMINHO. Entretanto, mesmo que estejamos trilhando a vida cristã, nem sempre tomaremos as melhores decisões. É aí que devemos entregar o nosso caminho ao Senhor. Na verdade, tudo o que formos fazer deve ser guiado por Deus.
Entregar o caminho é reconhecer que não temos as rédeas de nossas vidas; é nos humilharmos aos planos e propósitos de Deus; é nos arrependermos de nossa independência e deixarmos que Deus nos mostre o Seu caminho, pois “os caminhos d’Ele não são os nossos caminhos… porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os caminhos d’Ele mais altos do que os nossos caminhos” (Isaías 55:8-9); é dizermos: “Deus, até agora eu fiz meu próprio caminho, mas entendo que o que tens para mim é muito melhor e mais elevado do que o que eu mesmo tenho para mim. Coloco a direção da minha vida em Tuas mãos. Não sou mais dono de mim mesmo, mas, sim, o Senhor”.
Após reconhecermos a soberania de Deus em tudo, e entregarmos nosso caminho a Ele, temos que começar a fazer a nossa parte, que é confiar n’Ele, ter a fé de que tudo que acontecer estará dentro da vontade d’Ele. A parte d’Ele nós já temos garantida que será realizada, pois Deus não é homem para mentir. Nós, então, devemos exercer o dom da fé que Ele colocou em nós, confiando totalmente n’Ele. É importante lembrar que a fé deve ser praticada, pois “a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26). A confiança em Deus requer de nós não só o crer, mas também o agir. Muitos se esquecem disso e acreditam que, só pelo fato de terem entregado a Deus, verão os planos se cumprindo, daí ficam num estado de marasmo, simplesmente sendo expectadores das circunstâncias, e não agentes transformadores, que geram os propósitos de Deus. Vemos claramente no versículo que Deus só faz “o mais” quando Lhe entregamos o nosso caminho E confiamos n’Ele. Não estou dizendo que devemos “atropelar” os planos do Senhor e fazer as coisas da nossa própria maneira. O que estou dizendo é que, assim como Elias, que mesmo tendo fé de que a chuva viria mediante a sua palavra, subiu ao cume do monte para gerar a própria palavra que havia lançado, nós devemos gerar os planos de Deus em nós por meio de oração, jejuns, conduta, atitudes… de nossa vida! Isso revelará que a fé que temos em Deus está sendo exercida. Para exemplificar o que estou dizendo, podemos pensar numa pessoa que sentia muita vontade de ir a um país distante, de língua diferente, e que, realmente, reconheceu que do jeito dela não conseguiria muita coisa, então entregou, de verdade, os seus planos a Deus, confiando que Ele, no tempo determinado, realizaria esses planos. Entretanto, parou por aí. Ela ficou só na confiança em Deus, mas não praticou a sua fé. Se tivesse feito isso, estaria estudando a língua dessa nação, procurando saber o que era necessário para entrar nesse país, se era necessário o visto, ou não, qual seria o custo de vida, e uma série de outras coisas. Você, agora, acha mesmo que esses planos se concretizarão da forma e do jeito que Deus gostaria? Eu creio seriamente que não. Por isso, confiar está ligado em crer na palavra e agir mediante a palavra.
Somente após isso, entregarmos todos os nossos planos, vontades, desejos – o nosso caminho – a Deus, e confiarmos – exercermos a fé e pô-la em prática – n’Ele, Deus pode realizar “o mais” em nossas vidas. E sabe de uma coisa? Aprendi que Deus tem o melhor pra nós e que o melhor que Ele tem pra nós é melhor do que o melhor que imaginamos que seria melhor pra nós, ou seja, nosso Deus nos surpreende e supera todas as nossas expectativas! Ele é perito nisso!
Dessa forma, espero que entendamos e comecemos a praticar a entrega e a confiança!